Ao deparar-me com este aparentemente
simples mas complexo problema de me expor numa autobiografia cheguei à conclusão que, como mero adolesceste que sou, ainda
não realizei nenhum feito que me permita afirmar como pessoa. Porém, posso e
irei debitar fatos que me caracterizam e me tornam João Pedro de Oliveira
Afonso.
Nascido a 2 de Dezembro de 1997,
sou filho de um casamento falhado que teve o seu fim quando eu tinha apenas 3 anos, resultando na ausência total de uma
figura paternal, ao ponto de eu não ter uma simples memória dele. Devo portanto
tudo o que tenho e sou à minha mãe, pois foi o seu esforço ao desempenhar dois
papéis parentais e à educação que me deu
que me tornaram na pessoa que sou hoje. Tenho um irmão mais velho, com 18 anos,
e a nossa relação baseia-se numa troca oca de palavras.
Sou herdeiro de uma timidez que é
estupidamente vulgar e que pelo ensino básico, especialmente no primeiro e
segundo ciclo passados na Escola 31 de Janeiro e Conde de Oeiras respetivamente,
me prejudicou ao ponto de ser alvo de gozo de outros. Era um miúdo calado,
pacato e socialmente constrangido que tinha, e ainda tenho, como paixões a
música e o cinema, pois desde tenra idade que fui introduzido a um estilo de
música alternativo e a grandes clássicos cinematográficos.
Considero o
terceiro ciclo, passado na Conde de Oeiras, uma das melhores fases da minha
vida. Pela primeira vez fui aceite socialmente devido a uma altivez, arrogância
e espírito crítico por mim desenvolvido, o que me fazia destacar. O meu grupo
de amigos era vulgarmente considerado como “rapazes/raparigas da música”.
Eramos uma espécie orgulhosamente devota à temática musical que pode ser
definida por inúmeros aspetos que a tornam tão especial como: ter opinião
formada e inalterável sobre inúmeras bandas existentes e não te dirigir a
palavra durante 2 semanas porque caracterizaste a banda preferida dele/a como
“nem são muito maus”.
Sempre fui um
bom aluno e sempre o considerei como uma vantagem até ter sido aceite na Escola
Secundária Quinta do Marquês e ter optado pela área de Ciências Tecnológicas tendo sido colocado numa turma de elite. Dito
desta forma, soou hipócrita e desonesto mas o ambiente criado nesta turma devido
à ambição dos seus membros e de quererem ser o “número 1” deixou-me
desmotivado, desamparado e excluído pois repugnava o seu comportamento, contudo foi nesta fase da minha vida que conheci um grupo de pessoas verdadeiramente excepcionais. As
minhas notas começaram a descer e as minhas preocupações focaram-se fora da
escola. Após refletir sobre este meu comportamento, decidi repetir o 10º ano e
optar pela área de Ciências Económicas, na qual me encontro, sentindo-me integrado, satisfeito e motivado.
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