domingo, 5 de outubro de 2014

Texto argumentativo - Catarina Ramos

Leave a Comment

Eutanásia

A eutanásia (do grego ευθανασία - ευ “bom”, θάνατος “morte”) é uma forma de terminar com a vida de um doente em fase terminal ou numa situação de saúde delicada, acabando com o seu sofrimento de uma forma controlada e assistida por um especialista. O tema da eutanásia é muito controverso e muitas pessoas acham a ideia de ajudar a pôr fim à vida de alguém, uma coisa desagradável e chocante. É importante distinguir eutanásia de "suicídio assistido", uma vez que na primeira é uma terceira pessoa que executa, e no segundo é o próprio doente que provoca a sua morte, ainda que para isso disponha da ajuda de terceiros.

Existem muitos argumentos contra a eutanásia. 
Para a religião, a eutanásia é vista como uma usurpação do direito à vida humana, pois uma vez que o “Criador” nos deu uma vida apenas Ele deve ter o direito de a retirar. Na perspetiva da ética médica, tendo em conta o juramento de Hipócrates, o qual considera que a vida é um dom sagrado sobre o qual o médico não pode ser juiz da vida ou da morte de alguém, os médicos devem assistir o paciente, fornecendo-lhe todos os meios necessários à sua subsistência. Para além disto, pode-se verificar a existência de casos nos quais os pacientes podem ainda vir a ser curados por um método desconhecido.
Outro dos argumentos contra a eutanásia está relacionado com a parte legal do tema, uma vez que o Código Penal atual condena qualquer ato que ponha fim a uma vida, podendo ser o homicídio voluntário, o auxilio ao suicídio ou o homicídio mesmo que a pedido da vítima ou por “compaixão”, a prática da eutanásia deve ser punida.

Quem é a favor da eutanásia, acredita que esta seja um caminho para evitar a dor e o sofrimento de pessoas que estejam em fase terminal ou sem qualidade de vida. Tendo deste modo uma morte pouco dolorosa e digna. Cada pessoa tem a consciência para decidir por si próprio, estando na base a escolha pela prática ou não da eutanásia. Esta escolha, tem de ser refletida tendo em conta as diferentes componentes (biológicas, sociais, culturais, económicas e psíquicas), de forma a assegurar a verdadeira autonomia do indivíduo. Quando uma pessoa passa a ser prisioneira do seu corpo, dependente da ajuda de outros para a satisfação das suas necessidades básicas, esta, muitas vezes, não vive, apenas sobrevive e a certa altura passa recear ser um “fardo” para os familiares e a ter vontade de dizer “Não” ao estado em que se encontra e isto leva-o a pedir o direito a morrer com dignidade.

Viver é um direito e acho que muitas vezes as pessoas o veem como obrigação, quando não deviam. Legalizar a eutanásia não faz com que toda a gente que tenha uma doença terminal tenha que ser morta, apenas permite que as pessoas que não querem sofrer nem lutar mais possam escolher desistir. Não acredito que seja justo obrigar uma pessoa a “ser prisioneira” do seu corpo, não acho que se deva prolongar o sofrimento de uma pessoa, no fim de contas a morte e a única coisa certa da vida, é inevitável. Porquê obrigar alguém, que já aceitou que vai morrer, continuar a sofrer? 


If You Enjoyed This, Take 5 Seconds To Share It

0 comentários:

Enviar um comentário