quinta-feira, 31 de outubro de 2013

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O meu nome é Gonçalo Appleton, nasci em Lisboa, na Maternidade Alfredo da Costa no dia 31/01/1998. Tenho 15 anos, vivo em Carcavelos e tenho um irmão.
Andei nos Maristas desde a pré-primária e estive lá até ao 8ºano (10 anos), quando sai fui para a Secundária de Carcavelos no 9ºAno onde estive lsó um ano e agora estou na Escola Secundária Quinta do Maquês no curso de Economia.
Desde os 5 anos que jogo futebol, começei pela equipa da escola dos Maristas, depois fui para a Foot 21 aos 8 anos, no ano seguinte fui convidado para jogar no Benfica onde permaneci 3 anos e meio, depois saí para o Estoril Praia onde estive só um ano. Agora jogo no A.D.Oeiras e já la estou há um ano e meio.Gosto muito de fazer desporto e estar com os amigos.
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Autobiografia - Catarina Ramos

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22 de Abril de 1998, não me lembro nada desse dia, mas também não é de estranhar, foi o meu primeiro dia de vida. Chamo-me Catarina Estorninho da Mata Santana Ramos, tenho 15 anos, sou a mais nova de três irmãos (Mariana e Francisco) e em pequena era a menina da família (porque a minha irmã era maria-rapaz). Nasci no Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro e desde sempre que vivo em Cascais. Sendo a mais nova dos primos do lado paterno (e do lado materno até à 6 anos) sempre tive apoio de muita gente, mas também fui muito provocada por primos mais velhos. Da família sempre tive tudo o que preciso, mas antes de ter receber as coisas que queria, sempre me mostraram que tinha de trabalhar e lutar pela vida, porque no futuro não vamos ter sempre "a papinha toda feita". Os meus pais (Lourdes e Albano) deram-me o melhor que podiam e sempre me proporcionaram experiências das quais tenho noção de que nem toda a gente tem oportunidade de ter.
Aos três anos comecei a andar no ballet, o qual deixei de praticar 7 anos mais tarde. Andei no Externato Nova Oeiras até ao 4ºano, na Escola Básica 2,3 Conde de Oeiras até ao 6ºano e atualmente frequento o 10ºano na Escola Secundário Quinta do Marquês. Estou em economia, desde cedo soube que não queria ir para ciências e como os meus irmãos e pais seguiram essa área digo que sou a "ovelha negra" da nossa família. Nunca fui muito dada ao desporto e provavelmente por isso nunca gostei muito, nem nunca me dediquei muito a essa área.
Adoro cozinhar, o que quer que seja, apesar não o faço muito regularmente, mas quando o dia não corre da melhor maneira é a única coisa que me apetece realmente fazer. Tenho a perfeita noção de que sou pessimista, preguiçosa, refilona... (entre muitos outros defeitos) mas não me importo, porque fazem de mim quem realmente sou.
Não tenho uma vida especial, nem sei se vou fazer algo diferente no futuro, mas sei que alguns dos meus amigos já fizeram com que tivesse valido a pena ter estado neste mundo e nesta sociedade de críticas.
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Autobiografia - João Pedro Afonso

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Ao deparar-me com este aparentemente simples mas complexo problema de me expor numa autobiografia cheguei à  conclusão que, como mero adolesceste que sou, ainda não realizei nenhum feito que me permita afirmar como pessoa. Porém, posso e irei debitar fatos que me caracterizam e me tornam João Pedro de Oliveira Afonso.
Nascido a 2 de Dezembro de 1997, sou filho de um casamento falhado que teve o seu fim quando eu tinha apenas  3 anos, resultando na ausência total de uma figura paternal, ao ponto de eu não ter uma simples memória dele. Devo portanto tudo o que tenho e sou à minha mãe, pois foi o seu esforço ao desempenhar dois papéis parentais e  à educação que me deu que me tornaram na pessoa que sou hoje. Tenho um irmão mais velho, com 18 anos, e a nossa relação baseia-se numa troca oca de palavras.
Sou herdeiro de uma timidez que é estupidamente vulgar e que pelo ensino básico, especialmente no primeiro e segundo ciclo passados na Escola 31 de Janeiro e Conde de Oeiras respetivamente, me prejudicou ao ponto de ser alvo de gozo de outros. Era um miúdo calado, pacato e socialmente constrangido que tinha, e ainda tenho, como paixões a música e o cinema, pois desde tenra idade que fui introduzido a um estilo de música alternativo e a grandes clássicos cinematográficos.
Considero o terceiro ciclo, passado na Conde de Oeiras, uma das melhores fases da minha vida. Pela primeira vez fui aceite socialmente devido a uma altivez, arrogância e espírito crítico por mim desenvolvido, o que me fazia destacar. O meu grupo de amigos era vulgarmente considerado como “rapazes/raparigas da música”. Eramos uma espécie orgulhosamente devota à temática musical que pode ser definida por inúmeros aspetos que a tornam tão especial como: ter opinião formada e inalterável sobre inúmeras bandas existentes e não te dirigir a palavra durante 2 semanas porque caracterizaste a banda preferida dele/a como “nem são muito maus”.
Sempre fui um bom aluno e sempre o considerei como uma vantagem até ter sido aceite na Escola Secundária Quinta do Marquês e ter optado pela área de Ciências Tecnológicas  tendo sido colocado numa turma de elite. Dito desta forma, soou hipócrita e desonesto mas o ambiente criado nesta turma devido à ambição dos seus membros e de quererem ser o “número 1” deixou-me desmotivado, desamparado e excluído pois repugnava o seu comportamento, contudo foi nesta fase da minha vida que conheci um grupo de pessoas verdadeiramente excepcionais. As minhas notas começaram a descer e as minhas preocupações focaram-se fora da escola. Após refletir sobre este meu comportamento, decidi repetir o 10º ano e optar pela área de Ciências Económicas, na qual me encontro,  sentindo-me integrado, satisfeito e motivado.
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Madalena Cardoso

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O meu nome é Madalena Barata Cardoso, tenho 15 anos, nasci a 21 de Março de 1998 no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa. Até 2006 vivia com os meus pais e com a minha irmã, mas nesse mesmo ano o meu pai faleceu devido a uma doença rara que ainda hoje não encontraram a cura. Desde esse momento da minha infância, o mais marcante e sem duvida o que me recordo melhor, criei uma relação muito forte com a minha irmã, e ela é, sem qualquer duvida a pessoa mais importante da minha vida.
Desde pequena que sempre fiz desporto, e ao contrário da maior parte das raparigas, não fiz ballet, não gostava nada, era completamente maria-rapaz! No quarto e no quinto ano fiz natação, mas depressa me fartei, e no sexto ano entrei para a canoagem escolar na Conde de Oeiras, onde estive dois anos. No sexto ano joguei também basketball nos Lombos. No sétimo e no oitavo ano estive no ginásio da Bela Vista e no nono ano entrei para o Volleyball de Oeiras, onde ainda estou agora.
Ando na Quinta do Marquês desde o sétimo, e fiz grandes amizades, que arrisco dizer que algumas delas são para a vida. Este ano, 10º, escolhi a área de economia porque acho que é a que mais se adequa a mim.
No inicio de 2012 entrei para as Guias, uma actividade das quais dedico mais tempo fora da escola. Fazemos voluntariado e vamos acampar várias vezes ao ano. É sem duvida uma das coisas que me faz melhor à cabeça.
Toco guitarra, a minha paixão é a música e o Harry Potter, e às vezes sou um pouco arrogante para quem não conheço. Sou uma óptima amiga e faço tudo por aqueles que gosto. Os meus piores defeitos são ser impulsiva e não conseguir confiar nas pessoas. Sou teimosa, mas passo a maior parte do meu dia a rir. Não consigo passar um ano sem acampar.
Os meus maiores sonhos são ir a pelo menos um concerto de todas as minhas bandas preferidas, e conhecer o maior numero de países que consiga.
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Autobiografia- Mónica Cunha

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O meu nome é Mónica Rodeia Fortes da Cunha e tenho 15 anos. Nasci no dia 8 de Fevereiro de 1998 em Cascais e vivo em S.Domingos de Rana. 
Vivo com os meus pais e com a minha irmã que se chamam Rui Cunha, Manuela Cunha e Mariana Cunha, respectivamente. O meu pai é delegado comercial e a minha mãe é fisioterapeuta. A minha irmã tem 11 anos e estuda na escola Conde de Oeiras.
Aos 3 anos fui para a escola Princesa Isabel e andei lá até aos 10 anos, depois fui para a escola Conde de Oeiras e actualmente estudo na escola Secundária Quinta do Marquês, no 10º ano na área de Economia. Escolhi esta área para que possa tirar um curso de Gestão Hoteleira. 
Andei no ballet durante 3 anos mas tive de sair e ir para a natação devido a problemas na coluna. Há pouco tempo desisti da natação para ir para o ginásio.
Gosto de estar com os meus amigos e ajudá-los sempre que possa, ouvir música, estar no computador, ir à praia e ao cinema. Sou tímida, simpática, um pouco teimosa e gosto de conhecer pessoas novas.
No futuro gostava de viajar pelo mundo e poder ter a minha cadeia de hotéis.
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Autobiografia - João Ruivo

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O meu nome é João Miguel Baptista Ruivo e tenho 15 anos.
Nunca pensei que aos 15 anos tivesse que elaborar a minha autobiografia. Sinto até que isto seria um pouco narcisista (se não fizesse parte de um projecto escolar deste ano), porque acho que a minha vida não tem muito de diferente de tantos outros jovens da minha idade.
Segundo os meus pais me dizem nasci um pouco mais cedo do que estava previsto visto que nasci com 8 meses em vez de 9. Nasci no dia 8 de janeiro de 1998 na Maternidade Alfredo da Costa.
Os meus pais contam-me que quando era bebé eu fazia imensas “birras” e que pedia tudo a toda a gente que visse , era um desenvergonhado.
Nos meus primeiros anos na escola , ou seja , no 1º ciclo frequentei a escola EB1 JI da Portela de Sintra. Durante o ensino primário lembro-me de ser um pouco agitado nas aulas, de distrair os meus colegas e de a professora escrever frequentemente recados para a minha mãe a queixar-se do meu comportamento. Mais tarde quando entrei no ensino básico frequentei a escola EB23 D.Carlos I e , neste período surgiu uma mudança na minha vida e no meu modo de viver. Pode dizer-se que cresci com a mudança de ciclo de escolaridade e começei a ter noções e experiências que antes nao estavam presentes na minha vida mas , algo que nunca mudou foi o meu comportamento muito agitado durante as aulas que foi algo que me acompanhou durante os dois anos que permaneci naquela escola e também uma das principais razões da minha saída,  bem como o facto de ter mudado de casa. Tal como referi  depois de terminar o 6º ano de escolaridade mudei de escola para a Escola Básica Alfredo da Silva onde completei o 3º ciclo de escolaridade. Com o passar destes três anos (7º , 8º e 9º ) mudei muito tanto fisicamente como psicologicamente. Foi durante este período que entrei na adolescência e em que passei a ter preocupações que não tinha anteriormente , em que os temas de conversa com os meus amigos passaram a ser diferentes e em que tantas outras coisas a nivel emocional e psicológico passaram a fazer parte da minha vida. Foi também no ínicio do meu 8º ano de escolaridade que comecei a praticar futebol federado. Actualmente estou no 10º ano de escolaridade na área de Economia e frequento a Escola Secundária Quinta do Marquês. Este ano foi algo de novo para mim visto que mudei de escola para uma escola onde não conhecia ninguém e como é normal há sempre uma maior dificuldade de integração num ambiente que nos é desconhecido. Ao início tive medo do que as pessoas podessem achar de mim mas sempre me considerei uma pessoa sociável , simpática e divertida e a minha integração acabou por ser bastante mais facil e rápida do que estava à espera. Neste momento sinto-me integrado , satisfeito e motivado pelo ambiente social e escolar em que me encontro.
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Autobiografia- Tiago Dias


O meu nome é Tiago Dias, nasci no dia 18 de janeiro de 1998 no hospital de cascais , moro na freguesia de S.Domingos de rana, vivo com os meus pais e sou filho único apesar de sempre ter manifestado o interesse de ter um irmão mais velho o que é impossível atualmente. Entrei para a escola primária Padre Agostinho da Silva com seis anos onde completei o quarto ano de seguida fui para a escola secundária Frei Gonçalo de Azevedo onde completei os anos de escolaridade entre o quinto e o nono. Atualmente estou na escola Secundária Quinta do Marquês a tirar economia. Gosto bastante de desporto tendo praticado durante vários anos ténis de mesa, outros interesses meus são a internet e a música, e como toda a gente, gosto de estar com os meus amigos. 
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Autobiografia - Francisca Faria

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O meu nome é Francisca Mastbaum Branco Viegas Faria, nasci a 10 de Março de 1998, na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa. Os meus pais separaram-se á 5 anos. Tenho duas irmãs mais velhas, Beatriz, com 19 anos, e Sofia, com 25 anos. Vivo com a minha mãe e a minha irmã Beatriz em Oeiras. Antes dos meus pais se separarem tinha uma boa relação com os meus pais, hoje em dia discuto muito com a minha mãe. Nunca tive assim uma grande relação com a minha irmã mais velha, mas ao longo destes anos tenho me vindo a dar cada vez melhor com ela, e até este ano ela vivia connosco, mas foi viver agora com o namorado.
Andei na escola da Nuvem até ao 4º ano, depois fui para a Conde de Oeiras no 5º ano e no 7º ano passei para a Escola Secundária Quinta do Marquês, onde estou agora, no 10º ano na área de Economia.
Desde pequena que praticava natação, tal como as minhas irmãs, mas aos 12 anos desisti. Tive no volley da escola durante um ano, e até hoje não pratiquei mais nenhum desporto.

Sou simpática e divertida, ás vezes sou um bocado preguiçosa, adoro o verão, gosto de ir á praia, de cantar, de ouvir música e de estar com os meus amigos.
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Autobiografia- Constança Castelo-Branco

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O meu nome é Maria Constança Trovão Pinto de Castelo-Branco, tenho 15 anos, nasci a 21 de Julho de 1998 na maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa. 
Os meus pais separaram-se há 4 anos e eu fui viver com a minha mãe. Tenho um irmão, mais velho, com 22 anos, chamado Duarte, que ficou a viver com o meu pai. Nunca tive uma relação muito próxima com ele, mas desde que os meus pais se separaram a nossa relação tem vindo a melhorar em bastantes aspectos. 
Aos 3 anos entrei para o Colégio Marista de Carcavelos, onde estive até ao 5º, depois fui para a Conde de Oeiras e no 7º para a Escola Secundária Quinta do Marquês. Este ano, no 10º, escolhi a área de Economia.
Estive no ballet durante 2 anos, no Colégio Marista de Carcavelos, na natação também durante 2 anos, no Solinca, em Oeiras, na ginástica de formação, também no Colégio Marista de Carcavelos durante um ano e volley na equipa da ESQM.  
Aos 8 anos tive a experiência de entrar para os Escuteiros Marítimos, em Nova Oeiras, onde fiquei até aos 13 anos. Nos escuteiros aprendi imensas coisas e tive uma experiência fantástica. 
Sou uma pessoa simpática, apesar de ser muito teimosa, gosto de conhecer pessoas novas, gosto de tocar guitarra, ouvir música e estar com os meus amigos nos meus tempos livres. Gosto de desporto, embora agora não esteja a praticar nenhum, ando apenas no ginásio. 

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Filipa Oliveira-Autobiografia

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 O meu nome é Filipa Dias Oliveira e tenho 15 anos. Nasci no dia 4 de setembro de 1998 em Lisboa. 
 O meu pai chama-se Rui Manuel dos Santos Oliveira e é empresário, a minha mãe, chama-se Elisabete Maria Rosado Dias Oliveira e é bancária. Não tenho irmãos.
Comecei a frequentar a escola com três anos, até aí ficava com os meus avós em casa. Sempre estive na mesma escola, Colégio Quinta do Lago, até que este ano mudei para a escola secundária Quinta do Marquês, onde frequento o 10º ano na área de Economia.
Com 4 anos comecei a andar na natação, em Oeiras. Aos 10 anos desisti da natação e comecei a praticar ténis, também em Oeiras, no CETO. Há dois anos fartei-me e desisti do ténis. Hoje em dia não pratico nenhum desporto.
Posso afirmar que neste momento sou uma pessoa feliz! Considero-me tímida, teimosa e amiga dos meus amigos, tento sempre ajudá-los quando é preciso. Gosto de me divertir, adoro ouvir música e principalmente estar com os meus amigos.
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   O meu nome é Ricardo Santiago Lucas Martins Silva Nave, tenho 15 anos nasci a 22 de Julho de 1998. Tenho uma irmã com 12 anos e vivo com os meus pais.
   Completei todo o ensino básico na mesma escola ( Colégio da Bafureira), atualmente estou a estudar economia na Escola Secundária Quinta do Marques.
   O primeiro desporto que pratiquei foi Futebol no Estoril Praia, alguns anos mais tarde mudei para o Sporting de Carcavelos, atualmente pratico Muay Thai.
   Nos meus tempos livres gosto de sair com os meus amigos, e praticar desporto.
   Considero-me uma pessoa amigável e divertida.
      


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Autobiografia- Rodrigo Alcarva

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O meu nome é Rodrigo Alcarva, tenho 14 anos, nasci dia 13 de Novembro de 1998, em Lisboa. Vivo em S. Domingos de Rana e não tenho irmãos.
Comecei aos 4 anos a jogar futebol, o meu primeiro clube foi o Benfica e fiquei nesse clube até aos 7 anos, depois fui jogar para o A.D.Oeiras e tive 7 anos e meio a jogar no Oeiras e na época passada convidaram-me para ir jogar para o Linda-a-velha e aceitei, em Dezembro vai passar um ano que jogo lá.
Fiz a minha escola primária numa escola em paço-de-arcos, mas no 4º fui para a escola EBI São Bruno em Caxias em que fiquei até ao 9ºano. Nessa escola tive bons resultados. Em Setembro de 2013 mudei-me para a escola secundária Quinta do Marquês e escolhi o curso de Economia. O que gosto de fazer é sair com os amigos, jogar futebol . Sou divertido e gosto de irritar os outros, mas também irrito-me facilmente com os meus amigos.
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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

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Texto Autobiográfico- Mariana Martins 

O meu nome é Mariana Moral Martins, tenho 15 anos e vivo em São Pedro do Estoril. Nasci a 10 de Janeiro de 1998 nas Caldas da Rainha, distrito de Leiria, mas desde os meus 5 anos que estou a viver em Lisboa. Os meus pais (Ana Sousa Moral e Pedro Jorge da Trindade Martins) são divorciados desde os meus 2 anos, por isso as memórias que tenho desses tempo são poucas. 
Tenho um irmão da parte do meu pai, chamado Bernardo com 8 anos. 
Comecei a praticar Ginástica Rítmica de competição quando tinha 4 anos, desde aí que a minha rotina torno-se completamente diferente das outras crianças da minha idade, pois treinava todos os dias 3 horas. Aos 12 anos por problemas de saúde tive de deixar a Ginástica de um momento para o outro, o que se tornou muito difícil para mim, pois tive que me separar daquilo que tanto gostava de fazer e deixar também, todas aquelas pessoas que me acompanhavam à tanto tempo e que já eram como uma 2ª família para mim.
Hoje, apesar de tudo, sou uma pessoa feliz, que adora conhecer novas pessoas, fazer novas amizades, estar com os seus amigos e fazer todas as outras coisas que a maior parte dos adolescentes gostam. 
Sou simpática e teimosa. Não gosto de pessoas falsas e interesseiras. Sou capaz de fazer o que for preciso para ajudar um amigo. E como todos nós, tenho muitos defeitos. 
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terça-feira, 29 de outubro de 2013

Autobiografia- Ana Freixiela

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"A minha Metamorfose em Meras Palavras"

 Chamo-me Ana Rita Gaspar Freixiela, nasci a 30 de julho de 1998 (signo Leão), no hospital Francisco Xavier (Lisboa).
 Sou filha de Ana Isabel da Silva Gaspar, nascida em Mação (Santarém), de César dos Reis Freixiela, nascido em Britiande (Lamego).
Tenho um irmão chamado Francisco Daniel Gaspar Freixiela, nascido no hospital Francisco Xavier (Lisboa).
Comecei a andar no ballet quando tinha 4 anos , mas acabei por desistir quando tinha 11 para entrar em aulas de natação. Aos 13 anos, desisti da natação para entrar em aulas de teatro, que frequento até hoje.
 Os meus pais separaram-se há 2 anos, e a partir daí a minha vida mudou completamente, os hábitos mudaram radicalmente, mas com o tempo habituei-me e posso afirmar que tenho uma boa vida.
 Até aos meus 6 anos estudei no colégio "Os Filhotes" em Porto Salvo. A partir dos meus 6 anos estudo em Oeiras, onde agora frequento, o curso de Economia (10º) na Quinta do Marquês, com o objetivo de tirar Gestão Hoteleira.
 Atualmente, tenho 15 anos, moro em São Marcos, no concelho de Sintra, com a minha mãe, e em Cascais, com o meu pai.
 Gosto particularmente de rir, ir ao cinema, ir à praia, ler um bom romance, de me embrulhar no cobertor em frente à lareira a ver um filme, gosto muito de animais, tenho 1 cão e 2 gatos que tiveram criação, onde agora são 14, obviamente, como não podia ficar com eles dei-os à minha avó que tem um grande quintal para eles puderem estar.
Considero-me uma pessoa simpática, sociável, teimosa, um pouco autoritária e luto muito por aquilo que quero.
Por fim, gosto muito de estar com os amigos. Quer dizer quem é que não gosta de estar?
 Ambiciono um dia gerir muitos hotéis e viajar pelo mundo inteiro.
 Isto são apenas meras palavras e planos que um dia, mais tarde serão recordações.
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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Conversão de São Paulo (2)

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Caravaggio, «São Paulo»
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Conversão de São Paulo

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1E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote. 2E pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns neste Caminho, quer homens quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém. 3E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. 4E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? 5E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. 6E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer. 7E os homens, que iam com ele, pararam espantados, ouvindo a voz, mas não vendo ninguém. 8E Saulo levantou-se da terra, e, abrindo os olhos, não via a ninguém. E, guiando-o pela mão, o conduziram a Damasco. 9E esteve três dias sem ver, e não comeu nem bebeu. 10E havia em Damasco um certo discípulo chamado Ananias; e disse-lhe o Senhor em visão: Ananias! E ele respondeu: Eis-me aqui, Senhor. 11E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e vai à rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando; 12E numa visão ele viu que entrava um homem chamado Ananias, e punha sobre ele a mão, para que tornasse a ver. 13E respondeu Ananias: Senhor, a muitos ouvi acerca deste homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém; 14E aqui tem poder dos principais dos sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome. 15Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel. 16E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome. 17E Ananias foi, e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo. 18E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado. 19E, tendo comido, ficou confortado. E esteve Saulo alguns dias com os discípulos que estavam em Damasco. 20E logo nas sinagogas pregava a Cristo, que este é o Filho de Deus. 21E todos os que o ouviam estavam atônitos, e diziam: Não é este o que em Jerusalém perseguia os que invocavam este nome, e para isso veio aqui, para os levar presos aos principais dos sacerdotes? 22Saulo, porém, se esforçava muito mais, e confundia os judeus que habitavam em Damasco, provando que aquele era o Cristo. 23E, tendo passado muitos dias, os judeus tomaram conselho entre si para o matar. 24Mas as suas ciladas vieram ao conhecimento de Saulo; e como eles guardavam as portas, tanto de dia como de noite, para poderem tirar-lhe a vida, 25Tomando-o de noite os discípulos o desceram, dentro de um cesto, pelo muro. 26E, quando Saulo chegou a Jerusalém, procurava ajuntar-se aos discípulos, mas todos o temiam, não crendo que fosse discípulo. 27Então Barnabé, tomando-o consigo, o trouxe aos apóstolos, e lhes contou como no caminho ele vira ao Senhor e lhe falara, e como em Damasco falara ousadamente no nome de Jesus. 28E andava com eles em Jerusalém, entrando e saindo, 29E falava ousadamente no nome do Senhor Jesus. Falava e disputava também contra os gregos, mas eles procuravam matá-lo. 30Sabendo-o, porém, os irmãos, o acompanharam até Cesaréia, e o enviaram a Tarso. 31Assim, pois, as igrejas em toda a Judéia, e Galiléia e Samaria tinham paz, e eram edificadas; e se multiplicavam, andando no temor do Senhor e consolação do Espírito Santo. 32E aconteceu que, passando Pedro por toda a parte, veio também aos santos que habitavam em Lida. 33E achou ali certo homem, chamado Enéias, jazendo numa cama havia oito anos, o qual era paralítico. 34E disse-lhe Pedro: Enéias, Jesus Cristo te dá saúde; levanta-te e faze a tua cama. E logo se levantou. 35E viram-no todos os que habitavam em Lida e Sarona, os quais se converteram ao Senhor. 36E havia em Jope uma discípula chamada Tabita, que traduzido se diz Dorcas. Esta estava cheia de boas obras e esmolas que fazia. 37E aconteceu naqueles dias que, enfermando ela, morreu; e, tendo-a lavado, a depositaram num quarto alto. 38E, como Lida era perto de Jope, ouvindo os discípulos que Pedro estava ali, lhe mandaram dois homens, rogando-lhe que não se demorasse em vir ter com eles. 39E, levantando-se Pedro, foi com eles; e quando chegou o levaram ao quarto alto, e todas as viúvas o rodearam, chorando e mostrando as túnicas e roupas que Dorcas fizera quando estava com elas. 40Mas Pedro, fazendo sair a todos, pôs-se de joelhos e orou: e, voltando-se para o corpo, disse: Tabita, levanta-te. E ela abriu os olhos, e, vendo a Pedro, assentou-se. 41E ele, dando-lhe a mão, a levantou e, chamando os santos e as viúvas, apresentou-lha viva. 42E foi isto notório por toda a Jope, e muitos creram no Senhor. 43E ficou muitos dias em Jope, com um certo Simão curtidor.


Actos dos Apóstolos, 9
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Conversão

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Hans Speckaert, «Conversão de São Paulo na Estrada de Damasco»
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Madalenas

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Havia já muitos anos que, de Combray, não existia para mim tudo o que não fosse o teatro e o drama do meu deitar, quando, num dia de Inverno, ao regressar a casa, a minha mãe, vendo-me com frio, me propôs que, contra o meu hábito, tomasse um chá. Comecei por recusar e, não sei porquê, mudei de opinião. Ela mandou buscar um daqueles bolos pequenos e roliços chamados «madalenas», que parecem ter sido moldados na concha estriada de uma vieira. E não tardou que, maquinalmente, abatido pelo dia taciturno e pela perspectiva de um triste dia seguinte, levei à boca uma colher de chá onde deixara amolecer um pedaço de madalena. Mas no preciso instante em que o gole com migalhas d ebolo misturadas me tocou no céu da boca, estremeci, atento ao que de extraordinário estava a passar-se em mim. Fora invadido por um prazer delicioso, um prazer isolado, sem a noção da sua causa. Tornara-me imediatamente indiferentes as vicissitudes da vida, inofensivos os seus desastres, ilusória a sua brevidade, do mesmo modo que o amor opera, enchendo-me de uma essência preciosa: ou, antes, tal essência não estava em mim, era eu mesmo. Deixara de me sentir medíocre, contingente, mortal. Donde poderia ter vindo aquela poderosa alegria? Sentia-a ligada ao gosto do chá e do bolo, mas ultrapassava-o infinitamente, não devia ser da mesma natureza. Donde vinha? Que significava? Onde agarrá-la? Bebo um segundo gole, no qual nada encontro a mais que no primeiro, e um terceiro que me traz um pouco menos que o segundo. É tempo de parar, a virtude da bebida parece estar a diminuir. É evidente que a verdade que procuro não está nela, mas em mim. Ela despertou-a, mas não a conhece, e não pode mais do que repetir indefinidamente, cada vez com menos força, aquele mesmo testemunho que não sei interpretar e que, pelo menos, quero poder tornar a pedir-lhe e reencontrar intacto, à minha disposição, daqui a pouco, para um decisivo esclarecimento. Poiso a xícara e volto-me para o meu espírito. A ele cabe encontrar a verdade. Mas como? Grave incerteza, sempre que o espírito se sente ultrapassado por si mesmo; quando ele, o explorador, é todo ele o país escuro que tem a explorar e onde lhe não servirá de nada toda a sua bagagem. Explorar? Não só: criar. Está diante de algo que não é ainda e que só ele pode tornar real e depois fazer entrar na sua luz.
E recomeço a perguntar a mim mesmo qual poderia ser esse estado desconhecido, que não trazia consigo qualquer prova lógica, mas sim a evidência da sua felicidade, da sua realidade, diante da qual as outras se esfumavam. Pretendo tentar fazê-lo reaparecer. Retrocedo pelo pensamento ao momento em que tomei a primeira colher de chá. Reencontro o mesmo estado, sem uma clareza nova. Peço ao meu espírito mais um esforço,, que me traga mais uma vez a sensação que se escapa. E para que nada quebre o impulso com que vai tentar reagarrá-la, afasto todos os obstáculos, todas as ideias alheias, protejo os meus ouvidos e a minha atenção contra os ruídos do quarto contíguo. Mas, sentindo que o meu espírito se fatiga sem o conseguir, forço-o, pelo contrário, a tomas essa distracção que eu lhe recusava, a pensar noutra coisa, a restabelecer-se antes de uma suprema tentativa. Depois, pela segunda vez, faço o vazio à frente dele, torno a pôr diante dele o sabor ainda recente daquele primeiro gole, e sinto estremecer em mim qualquer coisa que se desloca, que queria erguer-se, qualquer que terão desancorado, a uma grande profundidade; não sei que é, mas sobe lentamente; sinto a resistência e oiço o rumor das distâncias atravessadas.

Não há dúvidas de que o que assim palpita no fundo de mim deve ser a imagem, a recordação visual, que, ligada a este sabor, tenta segui-lo até mim. Mas debate-se muito longe, muito confusamente; mal posso discernir o reflexo neutro onde se confunde o inapreensível turbilhão das cores agitadas; mas não posso distinguir a forma, pedir-lhe, como único intérprete possível, que me traduza o testemunho do seu contemporâneo, do seu inseparável companheiro, o sabor, pedir-lhe que me diga de que especial circunstância, de que época do passado se trata. 

Marcel Proust, Em Busca do Tempo Perdido, Do Lado de Swann
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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Apresentações- 1º Período

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Ana Freixiela: O Eterno Marido, Fiodor Dostoievsky (1.11.13)
Ana Sofia: Medeia, de Eurípides (1.11.13)
Luís Leal: Romeu e Julieta, de William Shalespeare (1.11.13)
Catarina Ramos: A Confissão de Lúcio, de Mário de Sá Carneiro (1.11.13)
Mónica: Amor de Perdição, de Camilo Castelo-Branco (4.11.13)
Filipa: A Tempestade, de William Shakespeare (4.11.13)
Bruno: Auto da Feira, de Gil vicente (4.11.13)
Mariana Martins: Agamémnon, de Ésquilo (4.11.13)
Francisca: A Mulher de Porto Pim, de Antonio Tabucchi (8.11.13)
Inês Pereira: Otelo, o Mouro de Veneza, de William Shakespeare (8.11.13)
Maria da Conceição: Os Desastres de Sofia, de Condessa de Ségur (8.11.13)
Mariana Mancelos: Auto da Alma, de Gil Vicente (8.11.13)
Rodrigo Alcarva: Electra, de Sófocles (11.11.13)
Eduardo: Aparição, de Vergílio Ferreira (11.11.13)
Madalena: A Castro, de António Ferreira (11.11.13)
Camila: O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry (11.11.13)
Constança: Rei Édipo, de Sófocles (15.11.13)
Margarida: A Morte em Veneza, de Thomas Mann (15.11.13)
João Afonso: A Queda de Um Anjo, de Camilo Castelo-Branco (15.11.13)
João Ruivo: Um Sino na Montanha, de Fernando Namora (15.11.13)
Diogo Carvalho: Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago (18.11.13)
Pedro Inácio: Prometeu Acorrentado, de Ésquilo (18.11.13)
Nicole: As Coéforas, de Ésquilo (18.11.13)
Diogo Cardoso: Viagens na Minha Terra, de Almeida Garrett (18.11.13)
Tiago: Falar Verdade a Mentir, de Almeida Garrett (22.11.13)
Ricardo: Eurico, o Presbítero, de Alexandre Herculano (22.11.13)
Gonçalo: As Bacantes, de Eurípides (22.11.13)
Luís Marques: (22.11.13)
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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Imagens que passais pela retina

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Imagens que passais pela retina 
Dos meus olhos, porque não vos fixais?
Que passais como a água cristalina
Por uma fonte para nunca mais!...

Ou para o lago escuro onde termina
Vosso curso, silente de juncais,
E o vago medo angustioso domina,
- Porque ides sem mim, não me levais?

Sem vós o que são os meus olhos abertos?
- O espelho inútil, meus olhos pagãos!
Aridez de sucessivos desertos...

Fica sequer, sombra das minhas mãos,
Flexão casual de meus dedos incertos,
- Estranha sombra em movimentos vãos.


Camilo Pessanha, Clepsidra
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11

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Acabou o Sol & o sino da tarde leva
Os deuses, um a um, a um passado provisório,
Donde irão emergir para o grande cisma
Do Inverno, o primeiro sopro do qual
Já se ouve subir os píncaros da serra.
Para a deusa branca chegou o fim do seu enigma,
A sua ruína coroa agora as ruínas do castelo:
Aqui morrem os deuses & as borboletas.
Rejeitados olhamos apenas,
Recíproco, um brilho no vazio.


M.S. Lourenço, Nada Brahma
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Portugal Futuro

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O portugal futuro é um país
aonde o puro pássaro é possível
e sobre o leito negro do asfalto da estrada
as profundas crianças desenharão a giz
esse peixe da infância que vem na enxurrada
e me parece que se chama sável
Mas desenhem elas o que desenharem
é essa a forma do meu país
e chamem elas o que lhe chamarem
portugal será e lá serei feliz
Poderá ser pequeno como este
ter a oeste o mar e a espanha a leste
tudo nele será novo desde os ramos à raiz
À sombra dos plátanos as crianças dançarão
e na avenida que houver à beira-mar
pode o tempo mudar será verão
Gostaria de ouvir as horas do relógio da matriz
mas isso era o passado e podia ser duro
edificar sobre ele o portugal futuro


Ruy Belo, Homem de Palavra[s] 
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O sol é grande, caem co'a calma as aves

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O sol é grande, caem co'a calma as aves
Do tempo em tal sazão que soe ser fria.
Esta água que d'alto cai acordar-me-ia?
Do sono não, mas de cuidados graves.

Ó cousas todas vãs, todas mudaves!
Qual é tal coração qu'em vós confia?
Passam os tempos, vai dia trás dia,
Incertos muito mais que ao vento as naves.

Eu vira já aqui sombras, vira flores,
Vi tantas águas, vi tanta verdura,
As aves todas cantavam d'amores.

Tudo é seco e mudo, e de mestura,
Também mudando-m'eu fiz d'outras cores,
E tudo mais renova: isto é sem cura.


Francisco de Sá de Miranda
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domingo, 13 de outubro de 2013

Maria João Seixas entrevista Maria Filomena Molder

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Maria João Seixas entrevista Maria Filomena Molder (Professora Universitária)
Parece-se com um pássaro. Dos pequeninos, da família dos pardais, frágeis nas tentativas, sempre bem-sucedidas, de contrariarem o equilíbrio instável dos corpos assentes em patinhas muito finas para pousarem, contra ventos e outras ameaças, exactamente onde desejam. Quando fala, quase nos engana. Faz umas pausas de arranque que nos levam a supor que as palavras se vão começar a enrolar para depois serem substituídas por outras mais certeiras. Mas quando a ouvimos logo percebemos que tudo se deve ao recuo da voz perante o pensamento e que a hesitação que testemunhámos é apenas o tempo de uma sincronia muito própria, já que as frases surgem límpidas, vestidas por uma musicalidade singular, por uma espécie rara de cristais. Viaja, a nosso lado, por tempos antigos e por outros mais modernos, como se as leituras que faz fossem os bordões apropriados, e sempre à mão, para desenhar o iluminado rumo do trajecto. A bagagem, habitada maioritariamente por filósofos, poetas e artistas plásticos, parece pesada, mas a Maria Filomena, quando a desmancha, transforma as recordações e os saberes em flocos de nuvens, delicados, leves. Fica-nos a ideia de que, sem mesmo se dar conta, tudo o que diz foi soprado por uma brisa vinda de um longe polvilhado de enredos, tramas de seduzir até os mais desatentos. Custou-me acabar a conversa, tantos foram os baús por abrir! Como se tivéssemos sentido, ambas, o pudor de avançar mais, o pudor de contar o «resto», seja a quem for!

MJS – Maria Filomena, diga-me quem é.
MFM- Acho que só gostaria de dizer uma coisa, que sou arisca.
MJS – Não me dá grandes pistas, assim… Fico a saber que não lhe é nada fácil abrir-se aos outros!
MFM – Sim, sim. Nunca tive confidentes, não seria capaz.
MJS – Nem teve um diário?
MFM – Em miúda, como quase todas as raparigas, escrevia para um caderno. Sem qualquer disciplina. Mais tarde, continuei a escrever mas, embora com data, não era bem um diário, eram mais registos de impressões, apreciações de coisas que se estavam a passar, algumas pequenas inquietações ou grande, conforme…
MJS – Quando diz «mais tarde», é já na idade adulta?
MFM – Adulta, mas ainda perto da adolescência. Teria vinte e poucos anos.

MJS – Acha que cresceu tarde?
MFM – Se cresci tarde? Não, não acho que tenha crescido tarde. Quando era muito nova, achava que morrer depois dos vinte anos era uma infâmia. Portanto, está a ver, não se isto quer dizer que se cresceu muito, se pouco. Depois, quando passei os vinte, não sei se dei logo por isso, que tinha passado os vinte, acho que dei… mas devo ter-me esquecido e agora olho para essa minha ideia com alguma atenção, com um pouco de susto e, até, uma certa incompreensão. Na altura achava que podermos viver muito era uma espécie de infidelidade a certas coisas que se passam connosco, era um abuso.
MJS – Havia em si uma relação com o sagrado’
MFM – Isso havia. Tive uma educação religiosa muito estrita, mas houve também a perda da crença e o sentido do religioso manteve-se na expectativa de que haja, talvez, uma ligação parental entre as coisas, mesmo que a não saibamos dizer ou justificar, mas isso era acompanhado por um cepticismo assustador. Tenho a consciência de que essa ideia tinha mais a ver com um olhar muito crítico, quase inclemente, sobre a adaptação.
MJS – Daí o ser arisca…
MFM – Pois!
MJS – Insisto – essa autocaracterização não quererá também dizer que a surpresa da vida lhe traz grande incomodidade?
MFM – Acho que não. É um sentimento, que vem da infância, de não poder ser «apanhada». Não é bem resistir à surpresa da vida, é mais não querer ser agarrada, como um animal que foge.

MJS – E agora vou eu fugir para o terreno onde muito me interessa ouvi-la – o da filosofia. Soube cedo que queria estudar Filosofia?
MFM – Soube cedo, apesar de não saber bem o que era exactamente filosofia. Sabia que não queria estudar ciências, apesar de as ciências me atraírem e de nem sequer ter sido má aluna. Há nas ciências coisas que me interessam muito, mas sabia que não podia investigar a ciência, porque a ciência tem que pôr entre parênteses a linguagem que nós falamos e isso é uma condição que não consigo cumprir de nenhuma maneira.

MJS – Explique-me melhor esse conflito entre a ciência e a linguagem que falamos.
MFM – A língua materna fica entre parênteses. A ciência tende a constituir-se numa linguagem própria e, quando não consegue, tende a encontrar uma linguagem comum, qualquer que ela seja. Uma linguagem formularia, ou internacional, ou mesmo inventada, onde se pode escavar pouco. Pode até ser muito elaborada, mas não se pode escavar, não há metáforas em matemática, não há as minas que a linguagem transporta consigo, os palácios da memória, porque os objectos correspondem aos símbolos inventados. Essa limpidez arquitectónica (parece divina) é o sonho de qualquer outra ciência, o de chegar a ser matemática. Na altura, eu não tinha consciência disto que acabei de lhe dizer, mas era isso já o que me inquietava, e a filosofia, ou o que me levava até à filosofia, era eu não saber o que era. Não sabendo ainda o que era a filosofia, é estranho não me ter desviado, não ter arrepiado caminho, por exemplo, para a literatura, de que tanto gostava. Não podemos nunca estar certos de poder explicar a alguém, com alguma tranquilidade, o que é a filosofia, isso continua a ser um desafio fascinante. Tem tudo a ver com uma relação, que eu via na filosofia, com o segredo, com o mistério, com o enigma (ainda que o enigma também apareça na ciência, mas o mistério, falando-se embora nele, na ciência não aparece tanto). Há qualquer coisa deste género na ciência: há uma «coisa» que eu não sei, mas hei-de chegar a saber! E, na filosofia, dir-se-ia assim: há uma «coisa» que eu não sei e vou estar sempre nesta situação! Não é que essa «coisa» se desloque, como na ciência, nós é que nos deslocamos e a «coisa» desloca-se ao mesmo tempo. Para mim, esse é o grande mistério, o da expectativa que não pode ser preenchida de modo nenhum. Do meu ponto de vista, que sou céptica. É um paradoxo, não é? Ter uma expectativa e, ao mesmo tempo, ter uma certeza que não tem nenhum fundamento a não ser este saber de que, por exemplo, nunca poderei satisfazer a sede de justiça, ou nunca poderei satisfazer a angústia da morte. Estas e outras questões não constituem nenhuma prova para o cepticismo, mas são boas pedras-de-toque para lá se chegar.

MJS – De algum modo, por aquilo que me disse, acho que a Maria Filomena encontrou na Filosofia a disciplina par da sua natureza, já que se trata de um território também ele muito arisco. Conte-me agora como é que foi a aprendizagem.
MFM – Fiz o curso na Faculdade de Letras de Lisboa. Foi quase sempre uma grande desilusão, do ponto de vista do que me era ensinado. Era como se estivesse num liceu, embora melhor, mais vasto. Não foi uma passagem descontínua para um plano onde podia encontrar aquilo que procurava, mas talvez fosse ingenuidade minha, uma esperança vã, a de querer encontrar numa instituição de ensino aquilo de que andava anteriormente à procura. Não podemos ter essa ilusão. Alguns professores ajudaram-me a aproximar-me um pouco mais do que procurava, é verdade, como é o caso do professor Oswaldo Market. Não que as disciplinas que ele ensinava tivessem a ver com o mistério, mas tinham seguramente a ver com o enigma. Ensinou-me uma experiência fundamental, a de perceber que antes de mim já outros tinham vivido as questões que se me punham. O que dá uma certa tranquilidade e, ao mesmo tempo, é causa de um grande sofrimento. O professor Market deu-me a saber que havia uma coisa, muito bem iluminada por ele, que é uma pertença comum e que eu podia ter acesso a essa pertença. Ele tinha uma arte de converter o objecto do seu estudo e das suas aulas no termo de um inquérito que, às vezes, parecia uma história policial: havia um enigma para resolver e tinha de se encontrar um fio e nós percebíamos que havia toda a lógica no fio e na sua procura. Esse mesmo modelo era por ele seguido nas conferências, sempre apaixonantes.

MJS – Como é que foi o seu encontro com os gregos?
MFM – É engraçado que o meu encontro com os gregos deu-se, não nas aulas de Filosofia Antiga, mas, estranhamente, nalgumas das primeiras aulas de Filosofia Medieval. Quando o padre Cerqueira perguntou quais eram os nossos autores favoritos, respondi – Heraclito. Mas foi só mais tarde, pela mão de Giorgio Colli, que percebi bem a utilidade dos ensinamentos do pensador de Éfeso e o fundamento da minha grande admiração. O que, na altura da resposta ao padre Cerqueira, eu admirava em Heraclito era já a sua obscuridade. Colli, para além de ter traduzido todos os fragmentos de Heraclito, de fontes directas, indirectas, testemunhos de toda a ordem, escreveu textos fundantes sobre o seu pensamento. Foi ele o primeiro a ensinar-me (o que eu nunca tinha aprendido na Faculdade!) o verdadeiro sentido daquela que era uma das razões do fascínio pela obscuridade de Heraclito. Antes de ler Colli, essa razão era uma razão falsa.

MJS – Uma razão falsa?
MFM – Vou tentar explicar. Lembra-se do fragmento de Heraclito em que ele fala sobre a harmonia dos contrários, como a que existe entre o arco e a lira? Na altura não percebi onde é que estava a contradição entre o arco e a lira. E não houve explicação por parte do professor de Filosofia Antiga. Creio que não sabia, como eu também não sabia, o que é que queria dizer o arco e a lira. Imaginei, muito ignorantemente, que a lira se tocaria, naqueles tempos, com um arco. Ora a lira toca-se, sempre se tocou, evidentemente, com as mãos. E sabe qual é a contradição? A lira e o arco são dois símbolos de Apolo. O arco é o arco da guerra. Os gregos achavam que era Apolo que tinha introduzido o arco, que é uma arma asiática, não é uma arma grega, e é uma arma assustadora, porque é a primeira que mata ao longe. Aquele que quer matar já não fere directamente com as suas mãos, mata de longe. A lira também é um símbolo apolíneo. Apolo tem essa particularidade de ser o deus musical por excelência e ser também o mais cruel dos deuses que os gregos conheceram. A crueldade de Apolo é indissociável da expressão harmónica que ele é. Trata-se de um modo de ver a vida. Mais interessante ainda é saber que, em épocas muito arcaicas, a lira e o arco eram feitos a partir da mesma matéria, os cornos de um caprino que, conforme a inclinação, se transformavam num arco ou numa lira. Heraclito sabia isto, mas não o dizia, porque ele não dizia quase nada do que sabia. Quem compreendia, compreendia. É esse o aspecto da obscuridade heraclitiana, não a marca do absurdo, mas a tonalidade de uma experiência que só pode ser reconhecida por quem a conhece. Um seu contemporâneo, grego, se fosse culto, deveria saber como é que o arco e a lira eram feitos nos tempos antigos.

MJS – Heraclito continua a ser, dos filósofos pré-socráticos, o seu eleito?
MFM – Continua, embora, ainda por causa de Colli e também de Hoelderlin, esteja muito empenhada em conhecer melhor Empédocles. Mas Heraclito continua a ser um foco natural de atracção, porque não há ninguém que conhecemos em filosofia a quem a marca da obscuridade e do insondável calhe melhor. Colli qualifica-o, entre todos os filósofos que apresenta, como aquele que sofreu o «pathos» do obscuro. Esse «pathos» do obscuro é uma experiência de Heraclito, experiência que também tem a ver com uma espécie de inclemência para com os seus contemporâneos, de desprezo e de grande sentido crítico em relação à maioria. Mas, ao mesmo tempo, ele sabe que qualquer ser humano tem acesso ao que mais importa, a fonte da vida, os limites da alma. Foi ele quem melhor compreendeu, ou melhor, nos deu a compreender, o modo como os gregos viam a infância. Trata-se de um outro fragmento, em que nos fala da criança que joga aos dados, é esta a apresentação da vida para o filósofo – a realeza da criança! A realeza da criança é a leveza, a suspensão, a harmonia que existe nela antes do trabalho da educação. Trabalho sempre exercido no sentido da adaptação ao real.

MJS – Passemos agora à idade moderna. O seu encantamento por Nietzsche também cresceu por via de Giorgio Colli?
MFM – Sim. Conhecia Colli como editor de Nietzsche, mas nunca o tinha lido. Fui um dia assistir, na Assírio e Alvim, a uma conferência sobre Maria Zambrano. Jesús Moreno, o conferencista, falou de Nietzsche e das leituras que ela dele fizera, muito importantes para o seu pensamento e falou também de Giorgio Colli, ainda mais determinante para a obra de Maria Zambrano. Fui logo ler Dopo Nietzsche e não parei mais de ler tudo o que escreveu, que é uma obra rara, em todos os sentidos. É uma obra de alguém que está muito perto dos primeiros filósofos, em particular dos pré-socráticos, e ainda mais em particular de Heraclito. Não encontramos em Colli nenhuma nota de rodapé (a não ser na sua primeira obra, A Natureza Gosta de Esconder-se, e por razões argumentativas, no quadro da sua carreira académica) e é raro que ele cite o texto que está a referir do autor, porque ele não escreve para divulgar, nem para ser divulgado. Colli crê que a filosofia é uma actividade contemplativa (isso eu já sabia, mas foi bom ver confirmado!) e crê também que a escrita dessa actividade contemplativa deve ter sempre o último lugar.

MJS – O último lugar? Como é que dá as suas aulas?
MFM – É curioso, ao princípio escrevia as aulas. Mas não gostava nada de ler o que tinha escrito ou do esforço que fazia para decorar. Agora não as escrevo. Também não escrevo as conferências. Deve-se isto a uma disciplina muito grande, que se chama concentração.
MJS – Nas conferências percebo melhor, agora nas aulas… como é que reage ás interrupções, imprevisíveis, dos alunos? Desviam-na do fio condutor?
MFM – Pode-se perder o fio à meada, é verdade, mas é raro isso acontecer-me. As perguntas feitas pelos alunos implicam outra entrega, outra concentração. Depois regressa-se ao fio. No fim do ano, consigo reconstituir todas as aulas que dei, esqueço-me às vezes é das datas e, para fazer os sumários, chego a pedir os apontamentos dos alunos para saber exactamente em que dia dei isto ou aquilo.

MJS – O esforço terrível de escrever uma tese de doutoramento já lá vai… Qual foi o tema?
MFM – Foi Goethe e os seus textos sobre as plantas, as cores, os animais, a meteorologia… E ainda alguns textos teóricos sobre isso, ou seja, os textos sobre as plantas e os textos que ele escreveu sobre o que escreveu sobre as plantas, isto é, sobre a Natureza, sobre as formas e sobre o modelo que a Natureza é para o surgimento das formas artísticas.
MJS - Porquê Goethe?
MFM – Ah, isso também tem um pai, neste caso, Claude Lévi-Strauss, de quem sempre gostei muito. Quando era professora de liceu, já dava a ler aos meus alunos La Pensée Sauvage, sobretudo por causa daquele conceito da lógica primitiva e também da ideia da arte ser sempre miniatural. No Homem Nu há um finale, uma espécie de testamento onde Lévi-     -Strauss no fundo justifica as suas teses e o estudo da antropologia e do estruturalismo. Aí, além de falar de Bach e de Ravel, fala de três autores e de três obras que foram muito importantes para ele: Duerer e os seus textos sobre as proporções dos corpos e dos rostos; On Growth and Form, de um grande matemático e biólogo inglês, D’Arcy Thompson; A Metamorfose das Plantas, de Goethe. Fui ler as três e decidi fazer a tese sobre A Metamorfose.          
MJS – Quer contar-me A Metamorfose das Plantas e a razão do seu interesse?
MFM – O título, devo dizer-lhe, parece prometer mais do que a obra. Acho que onde existe a palavra «metamorfose» há sempre, pelo menos para mim, a expectativa de qualquer coisa de enigmático, e neste livro de Goethe não há isso, não existem apresentações ou soluções de enigmas. A obra é uma tentativa de compreender o crescimento das plantas. Não de todas as plantas, mas das plantas que crescem e florescem anualmente. É um grupo reduzido de plantas, mas são plantas maravilhosas que florescem todos os anos. Como a tulipa, por exemplo. Hei-de mostrar-lhe umas polaróides de umas tulipas especiais, tulipas goethianas por excelência. São aquelas em que a corola, a folha da corola, aquilo a que chamamos uma pétala, está a crescer numa folha caulinar, isto é, uma folha caulinar está quase a transformar-se numa corola. E Goethe desenhou-a! E ensina-nos, como de resto os botânicos também o fazem, que o crescimento de uma planta é como se fosse uma reprodução e a reprodução é como se fosse um crescimento. São duas versões, uma contraída, outra expandida. Essas são as duas forças de que ele fala – expansão e contracção. E é muito interessante ver como ele analisou, através dessas duas forças, o crescimento das plantas, desde as folhas do embrião até ao fruto. Cada momento do crescimento é uma metamorfose da folha, em todo o ponto do crescimento a planta é uma folha! Sempre que ele encontrava casos «anómalos», como por exemplo o caso das plantas que têm florescimentos prolíferos, ficava feliz, porque esses casos comprovavam melhor a acção das duas forças. Goethe sabia que a Natureza não errava, com esses casos a Natureza estava apenas a mostrar melhor o princípio da lei.
MJS – O tema parece-me, desculpe que lhe diga, um pouco extravagante no contexto de uma tese de Filosofia. Onde é que está a ponte?
MFM – A ponte situa-se exactamente no que está implicado nessa compreensão das plantas, ou no modo como ele via as pedras, ou no estudo dos ossos, que até o levou a descobrir, contrariando a tese da época, que havia no homem o osso intermaxilar… A constante observação e a minúcia aplicada a todas as coisas que há na terra são reveladores do seu grande amor pela terra. Conhece a história do crânio de Schiller? Schiller, dez anos mais novo que Goethe, sempre o quis conhecer. Mas Goethe não estava interessado em conhecer Schiller, porque este representava tudo aquilo que Goethe começava a abominar na Alemanha – o sentimentalismo e a severidade idealista, purificativa. Encontraram-se um dia, no ano de 1794, à saída de uma conferência sobre a Natureza, discutiram alguns pontos do que tinham acabado de ouvir e Goethe convidou Schiller a ir até sua casa, onde lhe falou da Metamorfose das Plantas. A um dado momento, para lhe explicar que tinha encontrado, num jardim de Palermo, a «planta originária», a matriz de todas as plantas, aquela de que andava à procura, Goethe desenhou a planta. Schiller, como bom kantiano, olhou para o desenho e disse que se a «planta originária» era uma «ideia», aquele desenho era uma «experiência». A antiga irritação regressou à conversa mas, no fim, Goethe reconheceu que nenhum deles era vencedor, nem se declarava vencido. E ficaram amigos. Quando Schiller morreu, cedo em 1805, não lhe fizeram nenhum mausoléu, nenhuma homenagem especial. Cerca de 20 anos mais tarde decidiram fazer um monumento funerário que honrasse a memória de Schiller e foram à procura dos seus restos. Mas os restos de Schiller estavam misturados com muitos outros. Separaram vários crânios e consta que Goethe acompanhou os anatomistas nessa pesquisa e que foi ele a decidir qual era o crânio. Como Schiller tinha uma cabeça e uma testa muito belas, com uma forma muito especial, e Goethe era um observador atentíssimo, conseguiu, com esses dados, localizá-lo. Fez depois um poema que, na tradução de Paulo Quintela, ainda se chama Ao Crânio de Schiller, embora nas versões alemãs mais recentes tenha sido retirado esse título. O poema é lindíssimo e tem a ver, mais uma vez, com essa compreensão da ligação entre os ossos e a vida, o corpo e o espírito, o visível sobre todas as suas formas e o espírito desse visível. Goethe não tinha muita relação com o invisível, tinha relação era com o espírito do visível, que é uma coisa completamente diferente. Isto para mim foi decisivo, sabe? E estou em crer que ele tem razão, é mesmo o espírito do visível que procuramos. Alguns dos pensadores de que estou mais próxima, como Walter Benjamin e Wittgenstein, provêm desta nascente.

MJS – O que é que distingue o «invisível» do «espírito do visível»?
MFM – É que o invisível é muitas vezes considerado como aquilo que está atrás do visível, ou que está escondido pelo visível, como se o visível tivesse de carregar com o ónus do peso, da degradação, da falta de transparência. Mas porquê? Se no visível é que há transparência, é que há leveza! A ideia de Goethe é que atrás do visível não há nada, no visível é que está tudo. A ideia é a de que escavando no ser se descobre qualquer coisa. Se o abrirmos tem duas leituras – pensar que a obscuridade das nossas entranhas vale mais do que a nossa visibilidade, ou pensar, como Goethe pensa, que há uma relação íntima entre ambas, que são inseparáveis, mas as entranhas não são mais importantes do que aquilo que é visível no corpo. Goethe, por exemplo, nunca estudou as raízes das plantas, estudou foi o caule e as folhas. O que ele mais temia era o caos, o informe, para a ausência de cor. A raiz é, evidentemente, qualquer coisa de decisivo para a vida da planta, mas não diz respeito à metamorfose. A metamorfose tem sempre a ver com a visibilidade, não tem a ver com as forças obscuras. Claro que há forças para o crescimento, mas essas forças são manifestas. As raízes são os bons mediadores para a visibilidade, porque recolhem a água, os sais minerais… mas, se não houver sol, se não houver a transmutação que o sol implica, nada feito. Goethe era o homem da superfície da terra. Também escavava, mas sempre para trazer á luz, não por amor às entranhas. Eu não conseguiria acompanhá-lo em tudo o que fez, o estudo dos ossos por exemplo. Bem sei que naquela época era habitual ter-se esqueletos em casa, para observação e estudo. Nós, hoje em dia, consideramos intocável um esqueleto, não vemos a passagem da estrutura à forma viva. Goethe conhecia muito bem as forças do fundo da vida, temia-as, mas não as reconhecia como matéria de estudo. Basta lermos o Fausto para percebermos como as conhecia bem! Para ele, o que era para ser estudado era o que podia confirmar o sentimento de podermos constituir uma unidade com o todo. Era a sua escolha.

MJS – Acho que fiquei a perceber o sentido da sua tese e agradeço-lhe o modo como me guiou por tais caminhos, tornando-os menos obscuros. Apesar do pouco tempo que nos resta, não resisto a pedir-lhe que me fale de Nietzsche.
MFM – É um autor muito, muito difícil. Comecei por esquecer o que li dele pela primeira vez. E porquê? Porque não só não entendia muita coisa que estava a ler, como aquilo que eu entendia não me agradava nada. Resistia. Havia um aspecto a que eu não resistia, que era o aspecto crítico, o aspecto avassalador relativo à adaptação, á moral e á política instituídas. Mas depois havia um limiar que ele ultrapassava e que era, por um lado, muito atraente, muito escandaloso, muito bem-vindo sob certos aspectos e muito mal vindo sob outros, porque tocava em sentimentos de vida que eu achava que não podiam ser maltratados. Com Colli, aprendi que o pior que aconteceu a Nietzsche foi os seus comentadores e os seus entusiastas, tão susceptíveis de crítica como aqueles que Nietzsche criticava. Nietzsche praticamente nunca viveu. Passou todo o tempo a ler e a escrever e tinha um desprezo bem fundado em relação à Academia, à Universidade e aos poderes instituídos do Estado e da moral. Era um homem que estava mal com a sua época. Na sua primeira obra, há nele ainda um ímpeto de optimismo, a esperança de que é possível restaurar uma experiência de vida, a experiência grega. A partir daí, vai saber que a vida grega não se restaura e, sobretudo, não se restaura aquilo que ele quer recuperar da vida grega e que é a alegria…

MJS – Acha que a poesia e a filosofia vão a par ou a poesia está mais à frente da filosofia?
MFM – Está mais à frente, está. Penso duas coisas sobre a filosofia, duas coisas que não são conciliáveis, e uma delas só a penso mais recentemente. Uma, que sempre pensei, é que a filosofia é uma actividade contemplativa. A poesia, não, a poesia é actividade. Simplesmente. O que eu pensava antes é que a filosofia era um género literário e agora, embora com hesitações, acho que a filosofia é uma actividade contemplativa que se converteu em género literário e que tende a superar-se enquanto género literário. No fundo, a tensão da filosofia é deixar a escrita, é deixar o género literário. Essa não é a tensão da poesia. A filosofia é uma actividade estranhíssima, porque por um lado quer o contacto íntimo com o que há e, por outro, sabe que só experimenta esse contacto através da contemplação. E a contemplação exige, por ordem natural de si mesma, separação. Essa é a matriz da filosofia. A conversão em género literário foi feita por Platão e nunca mais ninguém escreveu como Platão, nem escreveu sob aquele modelo de género literário, que é um ajuste de contas com a poesia. Platão pensava que estava a pagar uma dívida à poesia e que a dívida ficava assim saldada. O pagamento da dívida está na decisão de expulsar os poetas, mas depois de os ter reverenciado e d lhes ter coroado a cabeça. O ajuste de contas de Platão é escrever como escreveu, e isso foi a conversão da filosofia em género literário.

MJS – Poder-se-ia dizer que poesia e filosofia desejam ambas nomear o ser e a coisa?
MFM – Eu diria assim – a poesia deseja nomear o ser e a filosofia também, mas a filosofia introduz, entre a nomeação do ser ou da coisa, o sistema conceptual e argumentativo. Isso não existe em poesia, embora a poesia trabalhe com conceitos, já que qualquer palavra tende a ser conceito. A poesia não é música pura, nem é procura do conceito, é uma ligação, difícil de estabelecer, em termos teóricos, entre a aproximação máxima à musicalidade de uma língua e a intimação mais íntima à compreensão.

MJS – Dê-me uma palavra de eleição.

MFM – Leveza.     
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